A – Introdução: nove comentários bem importantes

Temos já, como pano de fundo, toda a compreensão possibilitada pelo conteúdo dos quatro posts anteriores desta parte do site.

Agora, neste post, vamos acrescentar nove comentários bem importantes.

Esses comentários, em conjunto com a compreensão já possibilitada, visam no geral favorecer a sua busca pessoal; e mais especificamente, a sua busca do divino pela via sexual, pela via do Sexo Sagrado Cristão Supra Consciente.

B – Sexo supra consciente, uma ideia nada nova

A primeira coisa que queremos comentar aqui é que a ideia do sexo divino, ou do sexo supra consciente, não é nada nova.

Sexo divino aqui significa: sexo que pode nos transportar para níveis muito mais elevados de ser.

Como já dissemos em post anterior, já no início do budismo – cerca de século VI antes de Cristo – e no próprio cristianismo dos primeiros tempos, o uso do sexo para a busca transcendental era contemplado em algumas correntes.

Mas há várias indicações de que o uso do sexo, para se alcançar estados superiores de consciência, já era praticado há mais de quatro mil anos atrás, em partes da região onde é hoje o norte da Índia. Ou seja, muitíssimo antes da época de Buda e do início do budismo.

Mais do que isso: temos fortes razões para supor que a coisa vem de muito antes disso, ou seja, vem de época anterior há quatro mil anos atrás.

Um grupo de razões está relacionado com certas obras pré-históricas (estatuetas, nesse caso).

Mostram que o conhecimento de que o sexo conduz a alterações de estado de consciência já existia há pelo menos seis mil anos atrás!

Outro grupo de razões nos são dadas pela experiência e pela mera reflexão.

Qualquer pessoa que praticou, ainda que por curto período de tempo de sua vida, o sexo qualificado e, eventualmente, o sexo consciente, teve oportunidade de vivenciar a transcendência.

Ainda que essa pessoa não tivesse suficiente preparação para bem interpretar as suas experiências, essas não podem, de modo algum, ter passado desapercebidas para a pessoa.

Então não se trata de existir ou não a possibilidade do sexo divino ou transcendental.

Também não se trata de alguém vir a experimentar o sexo divino em sua vida, mas apenas de modo ocasional, acidental, esporádico.

Trata-se sim, de desenvolvermos a nossa sexualidade ao ponto de termos, em relação a ela, algum controle.

E termos controle a ponto de podermos buscar sistematicamente – e não apenas vivenciar eventualmente – a transcendência pela via do sexo.

Trata-se de viver sistematicamente, repetidamente, a presença do divino em nós, pela prática apropriada do sexo de altíssimo nível.

Como disse o Querido Sábio certa vez: “você pode encontrar dinheiro na rua; mas você não pode querer viver disso, concorda?”

Não queremos o sexo divino como se fôssemos turistas… Queremos morar lá!

C – O sexo como caminho

Os últimos parágrafos do tópico anterior nos permitem formular agora a nossa meta de um modo um pouco diferente.

Até então a nossa meta esteve sendo formulada assim: buscar o divino pela via sexual.

Mas como dissemos – aliás mais de uma vez – queremos que esse alcance da transcendência seja estabilizado em nós.

E queremos continuar e continuar, a buscar e a viver a presença do divino em nós, utilizando o sexo como um meio.

Então agora podemos formular a nossa meta assim:

  • queremos viver o sexo como um caminho.
  • Em outras palavras: queremos nos valer do sexo, nos servir do sexo, como caminho de busca espiritual ou de busca interior.

(E isso, como já vimos no post Evolução e Caminhos, dentro do grande caminho da compreensão).

Essa nova formulação, bem mais precisa, nos coloca em outro patamar de comprometimento.

Também nos coloca em outro patamar de esperança de sucesso em nossa empreitada.

Concorda?

D – Cura, desenvolvimento e evolução sexual

Também já falamos sobre as ideias de cura, de desenvolvimento e de evolução – no post Fases da Busca Interior.

Agora queremos chamar a atenção para a aplicação dessa ideia na área do sexo e da nossa sexualidade.

Para cada um de nós, empreender o sexo como caminho significará, necessariamente, viver as três faces da busca.

Todos nós temos algo a curar em relação ao sexo.

Na maior parte das vezes não temos consciência disso. A consciência virá aos poucos, e à medida em que formos testando novos limites, novas fronteiras da nossa sexualidade.

Todos nós podemos nos desenvolver. Já comentamos isso amplamente no post A Trindade na Sexualidade.

E todos nós podemos chegar ao ponto de experimentarmos a verdadeira evolução sexual.

Ela começa a partir do momento em que adquirimos a nossa verdadeira identidade sexual, conforme comentado no post Sexo e Sexualidade.

E – O papel da consciência no sexo como caminho

Outro comentário importante a fazermos aqui, diz respeito ao papel da consciência no desenvolvimento da nossa sexualidade e, consequentemente, nos níveis de sexo que praticamos.

A consciência é ideia muito ampla e com muitas facetas.

Aplicada ao campo do sexo e da sexualidade, e num primeiro nível bem rudimentar, significa estarmos atentos ao que está nos ocorrendo durante um episódio sexual – ou mesmo antes disso, à simples percepção da possibilidade de vir a existir um episódio sexual.

O citado no parágrafo anterior é apenas o nível mais rudimentar da consciência.

Há níveis bem mais profundos e bem mais amplos.

Seja como for – mais rudimentar ou mais avançada – a consciência é fator importantíssimo, no nosso progresso no sexo como caminho.

É o fator interno – fator que depende da nossa diligência e da nossa vontade – mais importante dentre todos eles.

F – O fator compatibilidade

Há um fator que podemos chamar de compatibilidade. Como a própria palavra diz, refere-se ao fato de as pessoas serem compatíveis entre si, do ponto de vista sexual.

compatibilidade, do ponto de vista sexual, se manifesta de diversas formas:

  • Pela atração: uma pessoa pode se sentir atraída por outra pelo simples fato de vê-la; ou pelo olfato, isto é, pelo cheiro que percebe vindo da outra pessoa; ou pela voz da outra pessoa; ou pelo olhar, particularmente quando se cruzam os olhares; ou pela simples proximidade física, mesmo sem qualquer contato visual – como quando estamos em um evento público e percebemos que alguém, que não sabemos quem é, e que está fora do nosso campo de visão, está nos puxando; pelos movimentos que o corpo da outra pessoa apresenta – por exemplo, quando a vemos dançando, entre outras pessoas que também estão dançando; etc.
  • Pela sensibilidade que apresentamos ao toque da outra pessoa, em caso de algum contato físico.
  • Pela sensualidade que apresentamos, se estamos nos relacionando de algum modo com a pessoa – conversando, rindo, tocando-nos, fazendo carícias, seja o que for.
  • Pela responsividade que apresentamos, em caso de nos envolvermos sexualmente com a pessoa, seja em preliminares, seja no coito propriamente dito. (Falamos o suficiente sobre sensibilidade, sensualidade e responsividade no post A Trindade na Sexualidade).
  • No modo como nos sentimos – disposição, humor, clareza mental, etc. – logo após termos uma relação sexual com a pessoa.
  • No modo como nos sentimos algum tempo depois de termos tido uma relação sexual com a pessoa – algumas horas depois, ou no dia seguinte, etc.

Sobre a compatibilidade podemos ainda acrescentar vários detalhes que vale a pena conhecer:

  • A ciência da compatibilidade entre as pessoas é uma ciência esquecida, isto é, uma ciência que foi perdida. Mais de um povo na antiguidade teve, entre seus sábios, aqueles que dominavam essa ciência. É daí que vêm os verdadeiros casamentos combinados, desde a época em que as pessoas envolvidas eram ainda bem crianças.
  • A compatibilidade entre duas pessoas envolve vários aspectos: compatibilidade sexual, emocional, mental, etc.
  • Nos tempos modernos, pouquíssimas são as pessoas que conhecem a ciência da compatibilidade sexual – ainda que seja apenas uns poucos rudimentos dela.
    • Entre essas pessoas modernas citadas estão uns pouquíssimos adeptos, dentre milhares deles, de qualquer uma das várias astrologias que ainda são praticadas atualmente. Enfatizemos: astrologias cujos poucos fragmentos chegaram até nós, e que são apenas um pálido reflexo do conhecimento completo existente no passado.
    • Todo o resto do conhecimento foi perdido, nas sucessivas e inevitáveis marchas e contramarchas das lutas pelo poder entre os homens, ao longo dos séculos e dos milênios.
  • compatibilidade entre duas pessoas não é exatamente igual para cada uma delas; pode variar um pouco.
    • Para melhor ilustrar esse ponto, digamos que temos duas pessoas: A e B.
    • Digamos ainda que vamos atribuir nota para a compatibilidade entre elas, numa escala de cinco graus. Teremos então: compatibilidade péssima, ruim, média, boa ou ótima.
    • A pessoa A pode ter compatibilidade ótima em relação à pessoa B. Essa última, por outro lado, pode ter compatibilidade apenas boa em relação à pessoa A.
    • De todo modo, a distância entre as notas não será maior que um grau.
  • Quando duas pessoas de compatibilidade sexual muito baixa, compatibilidade péssima, teimam em se relacionar sexualmente com frequência, ao cabo de algum tempo uma delas – senão ambas – acabará por apresentar problemas de saúde.
  • Duas pessoas podem ter alta compatibilidade emocional ou mental entre si e, por outro lado, terem baixa compatibilidade sexual. Isso explica muitos casamentos estáveis e, no entanto, sexualmente insatisfatórios.
  • Duas pessoas podem ter alta compatibilidade sexual entre si e, por outro lado, terem baixa compatibilidade emocional ou mental. Isso explica os muitos casos em que uma pessoa sabe que a sua vida ao lado de outra é uma tragédia – a outra é mau caráter, por exemplo – e, no entanto, não consegue largá-la.
  • Quando há boa ou ótima compatibilidade sexual, não há ninguém ruim de cama, como se diz. E a transa sempre será, no mínimo, média. Ou boa! Ou ótima!
  • A compatibilidade sexual é o fator externo – fator que independe da nossa diligência e da nossa vontade – mais importante, quando comparado com qualquer outro fator externo isolado.
  • A compatibilidade sexual torna-se ainda mais importante, para cada um de nós, à medida em que estivermos cada vez mais sob o domínio da nossa essência.

G – O ato sexual e a busca sexual

O que estudamos no tópico anterior coloca em relevo um fato óbvio.

As vivências que vão decorrer das nossas relações sexuais, isto é, dos atos sexuais em que nos envolvermos, irão depender, entre outras coisas, das nossas contrapartes.

E irão depender tanto mais porque ali estarão as leis da compatibilidade, potencializando ou limitando, em cada ato, a expressão da nossa sexualidade.

Desse ponto de vista, a nossa vida sexual – toda ela de modo geral, e cada ato sexual de modo bem particular – é um fenômeno social; dependemos de outras pessoas. As mulheres dependem dos homens com quem eventualmente venham a se relacionar. Os homens dependem das mulheres.

Resumindo numa frase curta: a nossa vida sexual – cada ato sexual – é um fenômeno social.

Por outro lado, a nossa busca sexual – a busca do divino pela via sexual, ou o sexo como caminho – é, para cada um de nós, um fenômeno estritamente pessoal, é um fenômeno estritamente individual.

A nossa busca não depende e nem pode depender de ninguém.

Deve depender sempre, e tão somente, dos nossos próprios esforços conscientes, e da nossa própria verdadeira vontade.

É entre essa dupla realidade – fazer sexo é com os outros, e buscar a transcendência é apenas conosco – que devemos aprender a conviver sempre.

E devemos aprender a nos manter firmes, atendendo às diferentes exigências desta dupla realidade, se queremos de fato sermos bem-sucedidos na nossa empreitada.

H – Para baixo ou para cima

O processo de geração de energias se dá pela combinação de energias de mais de um nível em nós (não se dá apenas desse modo, mas também e muito predominantemente, desse modo).

Procuremos ver de forma bem sucinta como esse processo se dá.

Já dissemos, em outra ocasião aqui no site, que temos doze níveis de energia em nós.

Falar que temos doze níveis de energia, é o mesmo que dizer que temos doze níveis de matéria – porque as matérias, quando combinadas, liberam energia.

Vamos nos referir, para ilustrar o processo de geração de energias em nós, apenas às sete categorias de energias mais superiores.

E vamos chamá-las aqui de energias 7, 6, 5, 4, 3, 2 e 1, sendo a 7 a mais superior delas.

A combinação da energia 1 com a energia 3, gera a energia 2.

A combinação da energia 4 com a energia 2, gera a energia 3.

E assim por diante!

O que acabamos de falar já deve ser suficiente, para você poder compreender melhor uma antiga máxima das tradições iniciáticas: o caminho que sobe é o mesmo caminho que desce.

A mesma escada, ou a mesma escala, pode ser usada para:

  • produzirmos energias cada vez mais sutis: mais refinadas, mais inteligentes, superiores enfim; ou
  • para produzirmos energias cada vez mais grosseiras: menos refinadas, menos inteligentes, inferiores enfim.

Ou seja, a cada momento das nossas vidas, podemos estar indo para baixo, ou estar indo para cima.

A energia sexual, nessa escala provisória que criamos aqui, é energia de nível 5.

Note que ela já é de nível bem alto em nós.

Com ela poderemos fazer energia 4; com essa energia 4, poderemos fazer energia 3; etc. Estaremos indo para baixo.

Aqueles que já tiverem resolvido empreender a busca interior, devem ser bem-preparados por nós, para poderem evitar – com todas as suas forças – o uso da energia sexual ladeira abaixo.

Por outro lado, com a mesma energia sexual, de nível 5, podemos fazer energia 6.

E isso é o que mais nos importa.

Porque isso é a transcendência, isso é caminhar em direção ao divino!

I – Fazer amor

Você conhece a expressão fazer amor.

Todos a conhecemos, não é mesmo?

E todos nós, também, tendemos a dar a mesma interpretação a essa expressão.

É a interpretação que está em toda a mídia, na literatura, na arte, em todo lugar.

Essa interpretação, difundida de modo generalizado, considera essa expressão como uma metáfora.

Fazer amor, nesta interpretação, significa fazer sexo.

É uma interpretação possível. Não vamos nos opor a ela. Não faz mal a ninguém.

Mas essa interpretação não toca, nem de longe, o verdadeiro significado da expressão – que, diga-se de passagem, vem das tradições, e de um ponto muito distante no tempo!

O verdadeiro significado desta expressão é literal: fazer amor significa produzir amor – fabricar amor, gerar amor – por meio do sexo!

E vai ficar muito mais simples para você compreender isso, a partir do que vamos indicar a seguir.

O amor – de que tanto se fala e sobre o qual tão pouco se compreende; o amor pela planta, pelo bichinho de estimação, pela donzela ou pelo rapaz, pelo filho ou pela filha, pelo pai e pela mãe, pelo irmão, pelo nosso semelhante, enfim o amor – é, na escala que mostramos no tópico anterior, substância 6!

Agora fica fácil compreender por que o sentido verdadeiro da expressão fazer amor é o sentido literal, concorda?

Fazer amor significa literalmente usar a substância 5, substância ou energia sexual, buscar ligá-la com substância 7, para produzir substância 6.

Fazer amor é usar energia sexual para produzir amor!

Em outras palavras, fazer amor – produzir amor para o mundo, através do sexo – é um grande dom humano.

Só o ser humano, dentre todas as criaturas da Terra, tem esse maravilhoso dom.

Apenas um ser humano pode, simplesmente praticando sexo de excepcional qualidade – sexo divino ou sexo sagrado cristão supra consciente, espalhar amor para o mundo.

Pode propagar amor, para aliviar o sofrimento de todas as demais criaturas da Terra, incluindo outros seres humanos.

Esse dom nos foi dado, a nós seres humanos, como uma Graça e como uma Bênção – por Nosso Pai Eterno Comum, O Todo Misericordioso Criador De Tudo e De Todas As Coisas.

No post Níveis de Sexo, falamos sobre o fato do sexo ter deixado de ser considerado sagrado nos últimos milênios.

E de ter decaído a níveis muito baixos de sexo.

Aqui, na explanação feita neste tópico, está o fundamento para aquela nossa afirmação.

Você compreende melhor, agora, por que fomos tão enfáticos naquele momento?

Compreende por que lamentamos, tão fortemente, o fato de o sexo ter deixado de ser considerado um dom sagrado?

Lamentamos que o sexo tenha decaído tanto, e tenha deixado de ser considerado um dom sagrado, pelo simples fato de que o sexo – entre nós, humanos – permite-nos gerar amor!

Por isso o sexo é um dom sagrado!

J – Dar o primeiro passo

Bem, já falamos o bastante sobre sexo e sexualidade.

Não falamos tudo, mas já falamos o bastante.

Há material suficiente para você refletir; e para compreender o que precisa ser compreendido, sobre o sexo e a sexualidade na sua vida.

Agora vem uma parte muito importante. Esta parte é com você!

Trata-se de dar o primeiro passo.

Tudo começa – qualquer realização, da criação do mundo à construção de um aviãozinho de papel, desde o tomar um sorvete na esquina, até o empreendermos algo que pode mudar a nossa vida, e a de muitos de nossos semelhantes  – repetimos, tudo começa sempre com o primeiro passo.

K – Conclusão: agora é com você!

Sim, simplesmente isso: agora é com você!

 

Você está pronta ou está pronto para dar o primeiro passo?

 

Entre em contato agora: escreva um e-mail para euclides@grupodecasais-busca-scsc.org

 

Foto: Daan Stevens

 

2 comentários

  1. Muito interessante as reflexões e idéias acerca da sexualidade. Em relação a teoria da compatibilidade, tenho uma questão: como identificar, com clareza, esses fatores de compatibilidade, considerando que normalmente as pessoas estão imersas em confusões emocionais, crenças limitantes, expectativas e projeções em relação ao outro?

    1. Querida Marina de Mazi, você já encaminhou uma parte da resposta! E por encaminhar essa parte já deixou outras partes meio que preparadas! Rsrs…
      Você pergunta: como identificar com clareza esses fatores de compatibilidade…? Estamos interpretando a sua pergunta no seguinte sentido: como perceber com clareza nossa compatibilidade – o nível da nossa compatibilidade – em relação a uma outra pessoa?
      A nossa resposta a essa pergunta se compõe de várias partes.
      Primeira parte – Digo que você já encaminhou uma parte da resposta, justamente porque uma parte do que devemos fazer para “identificar com clareza” é nos safarmos das “confusões emocionais, crenças limitantes, expectativas e projeções em relação ao outro”. É claro que isso – ou seja, nos safar, escapar – é mais fácil de falar do que de fazer. Mas o que importa por ora é que a direção é essa.
      Segunda parte – Outra parte da resposta está no desenvolvimento da nossa sexualidade, conforme abordamos no post A Trindade na Sexualidade. Lá falamos que tal desenvolvimento deve ser dar em dois âmbitos. Um deles é: buscarmos o sexo que existe por si só, ou seja, desmisturar o sexo de uma série de outras demandas da nossa vida. Esse âmbito da busca pode parecer, à primeira vista, algo um pouco estranho e até inócuo. Mas não é. Não é estranho e não é inócuo. Não é estranho porque está sim relacionado à questão do papel do sexo em nossas vidas e, mais especificamente, à questão do funcionamento da inteligência – ou da central de capacidade – sexual em nós. E não é inócuo porque, alcançada essa primeira libertação – chegar ao sexo que existe por si só – a nossa vida sexual já dará um grande salto de qualidade, independentemente das demais fontes de desenvolvimento da nossa sexualidade. E esse grande salto é parte do que precisamos para poder “identificar com clareza” a compatibilidade nossa com outra pessoa.
      Terceira parte – Também no post citado acima, falamos do outro âmbito do desenvolvimento da nossa sexualidade, ou seja, nos desenvolvermos nas três dimensões dela: a sensibilidade, a sensualidade e a responsividade. Esse desenvolvimento tornará a nossa sexualidade muitíssimo mais potente. E isso também vai nos ajudar em muito a “identificar com clareza” nossa compatibilidade com outra pessoa.
      Quarta parte – Outra parte da resposta é: trazermos sempre a nossa atenção para nós. Para “identificarmos com clareza” a nossa compatibilidade com outra pessoa, devemos tirar a nossa atenção dessa pessoa e trazer a atenção para nós mesmos: como estou reagindo emocionalmente à presença da outra pessoa? como o meu corpo reage? em que direção vão os meus pensamentos quando estou na presença dessa outra pessoa? o meu interesse sexual se apresenta? etc., etc.
      Quinta parte – A próxima parte da resposta é muito simples, mas muito importante! Lembrar-nos! Lembrarmo-nos o tempo todo de que a compatibilidade é o fator externo mais importante de todos – repetimos, mais importante que qualquer outro fator externo: aparência, idade, classe social, nível cultural, estilo de vida, etc., etc. O simples fato de lembrarmos disso a cada momento, a cada episódio em que nos deparamos com pessoa de outro sexo, já nos ajuda em muito a “identificar com clareza” a nossa compatibilidade sexual com as pessoas com as quais convivemos.
      A sua pergunta foi muitíssimo útil, porque permitiu falarmos sobre o que podemos fazer para melhor nos capacitarmos a “identificar com clareza a nossa compatibilidade”. Mas a sua pergunta fez mais que isso: ela chamou a atenção para um ponto muito importante!
      É o fato de que a nossa “capacidade de identificar com clareza a nossa compatibilidade” é pré-requisito para podermos alçar voos mais altos com a nossa sexualidade.
      Não podemos pensar que iremos muito longe no sexo como caminho, se estivermos nos relacionando sexualmente com pessoa ou pessoas não muito compatíveis conosco!
      Esperamos ter respondido a contento. Muito obrigado pela pergunta. Grande abraço!

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