Fases da Busca Interior

A – Introdução: três fases da busca interior

No post anterior, Estrutura e Funções do Ser Humano, falamos que o ser humano, em seu estado comum, é um ser incompleto. E por isso não pode acessar as suas mais altas possibilidades.

E dissemos, então, que é possível a um ser humano sair da sua condição atual, e alcançar, de modo estável e perene, a mais alta realização: viver conectado a O Nosso Ser Maior.

Também dissemos que a realização de tal possibilidade demanda um trabalho sobre si mesmo, uma busca interior.

O propósito deste post é dar, à nossa querida leitora ou ao nosso querido leitor, uma noção um pouco mais aprofundada, sobre o significado da expressão busca interior.

Mais especificamente, neste post vamos falar sobre as três fases da busca interior: a cura, o desenvolvimento e a evolução.

A leitura atenta do post, vai permitir a você situar-se, no seu caso específico, em qual fase colocar ênfase na primeira etapa da sua busca, caso você decida empreendê-la.

B – Níveis de existência do ser humano

Comecemos com a ideia de níveis de existência.

Será necessário, de sua parte, uma boa dose de abstração, para captar o essencial do que será abordado neste tópico. Esforce-se para não se prender a minúcias, e não perder o fundamental na ideia.

A cada trecho de sua vida, o ser humano pode estar vivendo num dos cinco níveis possíveis de existência: Doença, Saúde Relativa, Bem-Estar, Felicidade ou Suprema Existência.

Doença

O ser humano neste nível de existência, depende da ajuda de outros para poder realizar alguma das suas funções básicas: alimentação, locomoção, higiene pessoal, etc.

No mínimo, inspira cuidados, e requer atenção e assistência de outras pessoas.

Está acamado, com uma doença mais séria, recuperando-se de acidente ou cirurgia importante, etc.

Saúde Relativa

É o nível em que a maior parte da humanidade vive, na maior parte do tempo.

A pessoa tem saúde para cuidar de si mesma: alimentar-se, locomover-se, trabalhar, estudar, etc.

Mas é uma saúde relativa, porque não é um nível de saúde pleno e estável.

Embora realizando as funções básicas, o nível de funcionamento do seu corpo é bastante precário.

• • O seu corpo é tenso: os grandes, os médios, os pequenos e os minúsculos músculos estão sempre em estado de alerta, como se estivessem sempre em perigo;
  • Os líquidos não fluem bem: o sangue, a linfa, etc.;
  • Há detritos em demasia armazenados em seus tecidos, e por mais tempo que o necessário;
  • Volta e meia a sua imunologia cai, e a pessoa é atacada por vírus ou por bactérias;
  • A respiração é bem mais curta que o possível e o ideal, com o consequente não aproveitamento das preciosas substâncias que podem ser obtidas pela respiração;
  • e etc.

O mundo emocional também funciona em nível baixo:

• • vive em uma montanha-russa: ora a pessoa está eufórica, alegre além da conta, ora está deprimida, ou está nervosa, raivosa, brava ou agressiva;
  • É ultrassensível, emocionalmente falando, ou seja, é pessoa extremamente reativa;
  • Seu humor, na maior parte do tempo, é carregado, é pesado, oscilando ora para um lado, ora para o outro.

O seu mundo mental também é de baixo nível:

• • O pensamento é associativo, raramente é lógico;
  • e é fraco, não potente o suficiente para manter foco num assunto por um tempo maior, digamos noventa minutos;
  • e as outras funções da sua mente, também funcionam de um modo bastante incipiente.

Bem-Estar

Já é um nível em que apenas uma fração menor da humanidade vive.

As demais pessoas, quando experimentam esse nível, o fazem por pouco tempo, e logo decaem para o nível da Saúde Relativa.

Neste nível de Bem-Estar, as funções naturais do homem, do ser humano, já se realizam de maneira bem mais apropriada.

O corpo da pessoa é leve, disposto, ágil, flexível, o que favorece a circulação em todos os níveis: nos vasos sanguíneos, linfáticos, nas vias aéreas, nos sistemas, órgãos e tecidos.

O emocional é bem mais qualificado: pouco reativo, mais equânime, o humor é mais leve, é mais equilibrado.

O pensamento é bem mais robusto: maior capacidade de concentração, maior capacidade de manter o pensamento lógico por mais tempo, etc.

É pessoa que está de bem com a vida, como se diz.

Todos nós experimentamos amostras deste nível, de vez em quando: após um bom período de repouso, quando saímos de uma atividade física bem equilibrada, após sexo de boa qualidade, etc.

Felicidade

Esse é um nível mais difícil de descrever, ao menos por duas razões.

Primeira: a maior parte das pessoas nunca conheceu alguém que vivesse de modo estável neste nível.

Segunda: as qualidades da existência neste nível, são citadas sempre na literatura, nas artes, etc., como se fossem possíveis a qualquer um, como se fosse apenas questão de querermos expressar estas qualidades.

Colocado de outra maneira: supõe-se que os atributos deste nível de existência estão disponíveis a todos, bastando a alguém apenas querer expressá-los.

Isto é um enorme engano.

Atributos como a compaixão, a amorosidade independente das circunstâncias, a generosidade sem qualquer interesse, o real remorso de consciência por sofrimento impingido a outrem, etc., só estão disponíveis a pessoas que vivem neste nível.

Com o avançar dos textos neste site, nós vamos poder compreender por que isso é assim.

Suprema Existência

Esse é o mais alto nível de existência acessível a um ser humano.

É um nível muitíssimo raro.

Geralmente só temos conhecimento dele por ouvir dizer, ou por leituras das obras dos seres que o viveram.

Aqui o ser humano é independente de tudo o que o rodeia.

E não só vive em estado de plena felicidade, como é capaz de fazer coisas – produzir fenômenos – dos quais só ouvimos falar como sendo coisa de ficção, de mitologia, ou de contos de fadas.

Foi para se referir a seres que viveram neste nível, que foi cunhada, milênios atrás, a expressão Super-Homem. 

C – A vida das pessoas do ponto de vista dos níveis de existência

É importante salientar que cada um dos cinco níveis esboçados no tópico anterior, comporta, dentro de si, várias graduações.

Existem doenças e doenças.

Alguém pode estar acamado e precisando de ajuda para tomar banho – devido a algum problema muscular ou motor – mas, por outro lado, ser capaz de sentar-se na cama, e produzir um trabalho intelectual de qualidade: ler, escrever, etc.

Essa é uma situação muitíssimo diferente, de alguém que está semiconsciente, com suas funções básicas precárias, ou em estado terminal.

Do mesmo modo, há muitíssimas graduações no nível de Saúde Relativa.

Uma pessoa pode estar bem próxima do estado de Doença, e outra bem próxima do estado de Bem-Estar.

Ambas, embora estando ainda no nível da Saúde Relativa, estão muito, mas muito mesmo, distantes uma da outra.

Além disso, as pessoas com certeza variam, ao longo das suas vidas, de um para outro nível de existência.

Mas, apesar das variações citadas, a vida de cada pessoa pode ser geralmente bem caracterizada.

Em outras palavras, apesar das variações, via de regra oscilamos em torno de um eixo, ao qual sempre voltamos, durante toda a nossa vida.

Vejamos a seguir como isso pode ser descrito.

• A esmagadora maioria dos seres humanos oscila entre os dois primeiros níveis: Doença e Saúde Relativa.

Só atingem o nível de Bem-Estar muito ocasionalmente, e ficam nele por bem pouco tempo.

Alguns entram mais vezes, e ficam maior tempo, no nível da Doença.

Outros entram menos vezes, e ficam menos tempo.

Mas todas as pessoas desse grupo, passam a grande parte do tempo no nível da Saúde Relativa.

• Um outro grupo, pessoas mais agraciadas, oscilam entre a Saúde Relativa e o Bem-Estar.

É claro, ficam doentes às vezes, mas é raro, e saem rápido deste estado.

Logo voltam à Saúde Relativa, e ficam oscilando entre essa e o Bem-Estar.

Estes aqui ainda têm o eixo da sua existência na Saúde Relativa.

Mas estão num nível bem acima, em relação ao grupo descrito no parágrafo anterior.

• Há os que têm o eixo da sua vida no nível do Bem-Estar.

Oscilam para menos um pouco, e entram no nível da Saúde Relativa; mas logo sobem de volta.

Às vezes oscilam para cima, e vivem no nível da Felicidade; mas logo voltam abaixo.

A maior parte do tempo, vivem no nível do Bem-Estar.

São pessoas que, necessariamente, já fazem algum tipo de trabalho sobre si, já mantêm algum nível de busca interior.

• E há os que têm o eixo da sua existência nos níveis ainda superiores.

São pessoas que já estão num caminho de busca interior há bom tempo, e com um bom percurso já realizado.

Ou, mais do que isso, já realizaram em si mesmas quase tudo o que é possível, a um ser humano, realizar.

D – Um conhecimento útil a qualquer nível de existência humano

Digamos, apenas para efeito de raciocínio, que pudéssemos dividir o nível de Saúde Relativa em sete graus, do mais básico ao mais elevado: grau 1, grau 2, grau 3, e assim por diante, até o grau 7.

O mais provável é que você, que está nos lendo agora, tenha o eixo da sua vida no nível da Saúde Relativa.

A questão é: em qual grau fica a maior parte do tempo?

A excelente notícia é: o conhecimento com o qual você vai entrar em contato através desse site – e através do caminho que ele anuncia – é conhecimento útil a qualquer pessoa, ou seja, pessoa que esteja em qualquer grau do nível de Saúde Relativa.

Ou daí para cima, sem limite.

Ou seja: desde que você queira, de fato, caminhar para cima, não importa de onde estiver começando, o conhecimento poderá ser útil a você.

E – As possibilidades e a realização destas possibilidades

Antes de avançarmos mais, queremos aqui, neste tópico, fazer um pequeno alerta.

É uma característica curiosa do psiquismo humano, o seguinte fato: as pessoas teimam muito em admitir a possibilidade de uma mudança profunda em suas vidas.

Mas é também uma característica mais curiosa ainda, o fato de que, quando chegam a admitir a possibilidade, passam então a achar que podem obter logo essa tal mudança.

Algumas pessoas acham mesmo que têm o direito a ela, que têm o direito à mudança!

Quanta incompreensão!

Um grande pensador do século XX insistiu em chamar a nossa atenção, para o fato de que a existência de uma possibilidade é uma coisa; e a realização dessa possibilidade, é outra coisa, muitíssimo diferente.

E ele insistia que isso devia ser considerado tanto de um ponto de vista filosófico, quanto de um ponto de vista eminentemente prático.

Não queremos vender ilusões.

Vamos falar muito neste site – e já a partir do próximo tópico – sobre as muitas possibilidades que existem para nós, seres humanos.

Possibilidades que existem para você, para mim, para várias outras pessoas.

Mas não se deixe fantasiar: a existência da possibilidade é uma coisa; e a realização dessa mesma possibilidade. é outra coisa, muito diferente.

A existência da possibilidade é uma coisa muito grande.

Se a possibilidade não existir, nada poderá ser feito no mundo humano, de modo algum.

Mas a existência da possibilidade por si só não muda nada; há que existir a intervenção humana apropriada.

Falaremos sobre essa intervenção em muitas partes desse site.

Mas, por ora, queremos apenas que você se lembre sempre disto: existe um caminho a ser percorrido entre a existência de uma possibilidade, e a realização desta mesma possibilidade.

F – As três fases da busca: a cura, o desenvolvimento e a evolução

A busca interior, o trabalho sobre si mesmo, ou, o conjunto de diligências no sentido do aperfeiçoamento do próprio ser, varia muito de pessoa a pessoa.

E mais importante que isso, varia muito em diferentes momentos da vida de uma mesma pessoa.

Essa variação é de tal magnitude, que é útil pensarmos em termos de fases.

• Se, num dado momento do trabalho interior de uma pessoa, o eixo da sua existência está no nível da Saúde Relativa próximo à Doença – ou mesmo no nível da Doença mais próximo do nível da Saúde Relativa, então a ênfase da sua busca deve estar na cura.

Seus problemas de saúde – saúde física, tensões crônicas, limitações psíquicas devidas a trauma ou a gana, vícios, inibições, disfunções, etc. – cada uma dessas coisas deve ser trabalhada, visando a sua cura.

• Se, em dado momento do trabalho interior da pessoa, o eixo da sua existência está no nível da Saúde Relativa tendendo ao Bem-Estar, a ênfase da sua busca deve estar no desenvolvimento.

Trata-se então de elevar ao máximo possível, as tendências e os recursos da própria pessoa, visando prepará-la para entrar e ficar, de modo estável, com o eixo da sua vida no nível do Bem-Estar.

• Se, por outro lado, o eixo da existência da pessoa já está no nível do Bem-Estar, a ênfase da sua busca deve estar na evolução.

Trata-se de buscar levar o funcionamento do seu ser, a um nível tal que permita a ligação, estável e perene, com aquelas centrais de inteligência superiores.

Essas centrais, como já dissemos, permaneceram até então inacessíveis à pessoa, ou apenas ocasionalmente acessíveis.

É claro que, na prática, muitas vezes poderemos estar trabalhando, num dado período, em duas fases simultaneamente. Nesse caso: cura e desenvolvimento; ou, desenvolvimento avançado e evolução.

Ao longo de todo este site, a caracterização do conteúdo de cada uma dessas fases – a cura, o desenvolvimento e a evolução – irá tornando-se cada vez mais clara.

Por ora, vamos usar uma analogia, apenas para efeito didático e de memorização.

• A cura visa tornar uma lagarta que sofre, e que se move com dificuldade, em uma lagarta saudável.
• O desenvolvimento visa transformar uma lagarta saudável, em uma lagarta virtuosa: ágil, cheia de vitalidade, inteligente, alegre!
• A evolução visa transmutar a lagarta virtuosa em uma borboleta.

G – Níveis de orientação e de apoio do grupodecasais-busca-scsc

O trabalho prático aqui no Grupo se realiza, primordialmente, em três frentes principais:

• massagem SCSC,
• meditação SCSC e
• sexo SCSC

Dedicaremos uma parte do site a cada uma destas frentes.

Então falaremos detalhadamente sobre cada uma delas.

Por ora queremos apenas enfatizar que, seja qual for a frente em que o casal estiver engajado, num dado momento, a nossa orientação e o nosso apoio à sua busca, sempre, vai estar ocorrendo numa das fases da busca: cura, desenvolvimento ou evolução.

O casal estará participando ativamente nisso, inclusive posicionando-se, acerca da ênfase que julgar que deva ser dada, a cada período da sua vida aqui no Grupo.

H – Os mil nomes da busca interior

Todo o nosso site, e o Grupo que ele anuncia, estão dedicados à busca interior.

Mas esse empreendimento humano, a busca interior, recebeu ao longo dos diferentes milênios e séculos – e continua recebendo ainda hoje – muitos nomes diferentes.

A lista de nomes é realmente enorme.

Os chineses antigos, algumas correntes hindus, e algumas correntes do oriente médio, costumavam usar a expressão os mil nomes, quando queriam se referir a algo que pode ser chamado por muitíssimos nomes.

Assim, por exemplo, foi cunhada a expressão os mil nomes de Deus!

Inspirados neste costume, é que colocamos o título deste tópico: os mil nomes da busca interior.

Vamos relacionar aqui apenas uns poucos nomes – dentre os muitíssimos nomes possíveis – pelos quais a busca interior foi, e continua sendo, chamada:

Alquimia
Alquimia Interna
Ascese
Busca da consciência
Busca da divindade
Busca da iluminação
Busca da verdade
Busca do celestial
Busca do milagroso
Busca do nirvana
Busca do reino de Deus
Busca do reino dos céus
Busca transcendental
Busca esotérica
Busca espiritual
Busca hermética
Busca interior
Busca mística
Busca do nosso ser maior
Busca do sagrado
Busca sagrada
Caminho de libertação
Caminho do Tao
Contemplação
Desenvolvimento interior
Desenvolvimento de si
Desenvolvimento espiritual
Grande obra
Lembrança de Deus
O Curso
O Trabalho
Trabalho celeste
Trabalho da graça
Trabalho interior
Trabalho sobre o ser
Trabalho sobre si
e muitos outros nomes

I – Conclusão: as três fases da busca interior

Neste post, procuramos tornar um pouco mais específica, mais clarificada, a ideia da busca interior.

Para isso, trouxemos a ideia dos níveis de existência possíveis aos seres humanos, considerados de um modo geral. Então, procuramos aplicar essa ideia, dos níveis de existência, a um período específico da vida de uma pessoa em particular.

Avançamos, então, para a ideia das três fases da busca interior: a cura, o desenvolvimento e a evolução.

E procuramos dar uma noção sobre o quão é apropriada a atuação em cada uma destas fases, dependendo do eixo em que estiver girando a vida da pessoa, num dado momento da sua busca.

Reiterando, podemos dizer que a busca interior deve ser realizada, sempre, com uma ênfase particular: ora em uma, ora em outra, das fases comentadas.

Na sequência, vimos que o trabalho do casal, aqui no Grupo, receberá orientação e apoio, a cada período, de acordo com uma ou outra dessas fases.

E vimos, também, que o casal participará ativamente na escolha da ênfase a ser dada, a cada momento.

Por último, falamos sobre os mil nomes da busca interior.

E isso para facilitar o seu entendimento, nos casos em que usarmos um, ou outro, destes diferentes nomes.

 

Você já consegue se situar um pouco? Em qual eixo, considerando-se os níveis de existência, a sua vida tem girado nos últimos tempos? Doença? Saúde Relativa? Bem-Estar? Qual a fase da busca que deve receber ênfase no seu caso agora? A cura? O desenvolvimento? A evolução?

 

Entre em contato agora: escreva um e-mail para euclides@grupodecasais-busca-scsc.org

 

Foto: elCarito