Os Quatro Fundamentos do Grupo de Casais Busca SCSC

A – Introdução: bem assentado sobre bases firmes

Para bem cumprir a sua missão, o Grupo de Casais Busca SCSC deve, por suposto, estar bem assentado sobre bases firmes.

São essas bases que estamos chamando aqui de: os quatro fundamentos do Grupo de Casais Busca SCSC.

São as fundações, os alicerces, ou os pilares, sobre os quais todas as atividades do Grupo se apoiam.

Podemos sim usar uma imagem:

  • são quatro grandes pilares, sobre os quais o edifício das atividades do Grupo se sustenta;
  • não haveria a possibilidade de um bom fluir das atividades – e sempre em direção às metas – se não existissem esses quatro pilares.

Os objetivos desse post são:

  • apresentar cada um desses quatro fundamentos do Grupo de Casais Busca SCSC,
  • discorrer de modo breve sobre cada um deles
  • e acrescentar alguns comentários relacionados.

B – O primeiro fundamento: uma atitude firme frente aos três pecados capitais

Muitos de vocês, perseverantes leitoras e perseverantes leitores, a grande maioria supomos, já deve ter ouvido falar dos sete pecados capitais: a gula, a avareza, a luxúria, a ira, a inveja, a preguiça e o orgulho.

Uns poucos de vocês, supomos ainda, já ouviram falar, também, sobre a tríplice concupiscência: a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos, e a soberba da vida.

Essas indicações foram muito úteis, ao longo dos séculos, e auxiliaram muitos seres humanos.

Nós, porém, vamos mudar um pouco tudo isso, e vamos falar, aqui, em três pecados capitais.

  • E quanto a esses três pecados capitais, nós queremos estudá-los, observá-los, e buscar resistir ativamente a eles.
  • E queremos resistir, para podermos observá-los ainda mais de perto, e assim compreendê-los melhor.
  • E compreendendo-os, queremos buscar, o tempo todo, desenvolver uma atitude séria e firme em relação a eles; uma atitude no sentido de nos desvencilharmos deles.
  • Chegados ao ponto citado, queremos passar a resistir a esses três pecados capitais não mais ativamente, mas sim passar a resistir passivamente.
  • E queremos, então, resistir passivamente por longo tempo: dia após dia, semana após semana, mês após mês, até que um dia, mesmo essa resistência passiva, já não nos será mais necessária.
  • Porque a compreensão que ela nos trará, já estará fazendo parte natural do nosso Ser.

Esse é o primeiro fundamento; a primeira base firme, sobre a qual se assenta todo o trabalho do Grupo Busca SCSC.

Cada casal, e cada membro de cada casal, será sempre convidado, o tempo todo, pelo Grupo Busca SCSC e por todos nós, a lembrar-se dos três pecados capitais.

E, lembrando-se, buscar os meios ao seu alcance para desenvolver uma atitude apropriada em relação a eles.

A seguir falaremos sobre cada um desses três pecados capitais.

E também faremos alguns comentários relacionados a eles.

1º Pecado capital – É meu!

Todos os homens e mulheres comuns, têm a tendência a considerar que possuem as coisas, que são os donos das coisas.

Eles ou elas dizem: meu carro, minha casa, minha esposa, meu esposo, minha roupa, meu brinquedo, meu filho ou minha filha, meu emprego, meu corpo, minhas opiniões, etc.

Aprendemos isso desde a mais tenra idade, através das pessoas que, elas próprias, não tinham a menor noção do que estavam fazendo.

Elas também achavam que isso ou aquilo era meu – no caso, que era delas.

Considerar uma coisa, um objeto, um fato, uma pessoa, ou mesmo uma manifestação psicológica que se passa em nós – uma ideia que surge em nosso espírito, por exemplo – como sendo meu, é um pecado enorme, é um pecado capital.

Uma simples reflexão um pouco mais aprofundada, nos mostrará que isso é um grande engano, é uma ilusão.

A verdade nua e crua, é que nada é meu:

    • tudo me foi dado, me foi emprestado, me foi agraciado pelo Universo.
    • Eu sou a criatura e, consequentemente, tudo me foi dado pelo Criador.
    • Tudo é d’Ele! Tudo vem d’Ele! Tudo sempre foi, sempre é, e sempre será, criado por Ele!

Porém, de nada adianta verbalizarmos isso da boca para fora – e dizermos “é verdade, nada é meu” – mas, no nosso íntimo, continuarmos apegados, ou identificados, com todas essas coisas; como se fizessem parte de nós, como se fizessem parte daquilo que realmente somos.

2º Pecado capital – Fui eu que fiz!

Esse segundo pecado capital, é ainda mais difícil de ser compreendido como um pecado, isto é, como um grande erro, como um enorme engano da nossa parte.

Ele é tão sutil, está tão arraigado na nossa cultura, e parece, à primeira vista, tão inofensivo, que muitos e muitos seres humanos, já adultos ou até idosos, jamais se deram conta da enorme blasfêmia que cometem, ao dizer “fui eu que fiz”.

Ora, você nunca fez ou faz nada.

Eu nunca fiz ou faço nada.

Tudo nos acontece.

Se eu como uma maçã, é porque a fome se manifesta em mim, a maçã está por aqui, disponível, e porque em mim, também, há a capacidade de morder, de deglutir, de digerir, etc…

Levado ao limite, esse pecado quer dizer o seguinte:

você acha que você é a própria divindade;

que pode fazer isso ou aquilo, que tem o poder de fazer.

Sabemos que é muito difícil compreender o que estamos dizendo.

Voltaremos a isso milhares de vezes e, a cada vez, a coisa irá ficando um pouco mais clara.

Até que um dia, “Eureka!”, você dirá, “mas isso é o óbvio; e nem poderia ser diferente!”.

3º Pecado capital – Viva eu!

Em parte como consequência dos dois pecados capitais anteriores, mas em parte independentemente deles, as pessoas têm, também, a tendência a dizer: “Viva eu!”.

Em outras palavras, temos a tendência a querer angariar, para nós, a glória pelas coisas que nos acontecem, ou acontecem aos nossos semelhantes à nossa volta, à nossa família, etc.

Tendemos a querer levar os louros, como se diz.

Isto é mais um grande erro!

E essa tendência a considerar que se possa almejar, que se possa querer, ou mesmo que se possa aceitar a glória, continua a ser um grande erro, ainda quando essa glória nos seja atribuída por outros.

A glória não é nossa!

Tudo é dom da divindade!

Um erro central

Sobre esses três pecados capitais – É meu! – Fui eu que fiz! – Viva eu! – temos que fazer, ainda, dois comentários bem importantes.

O primeiro comentário é: esses três pecados capitais são, todos, frutos de um mesmo erro central, de um mesmo equívoco, que está na base de todos os nossos demais erros e enganos.

E esse erro é considerarmos que nós existimos, e que fazemos a diferença, que somos uma Unidade, que somos algo que existe como Uno, com Vontade própria, e com Consciência própria.

Não existimos desse modo, isto é, hoje não existimos desse modo – poderemos existir, talvez um dia, se formos bem-sucedidos, na nossa empreitada de buscarmos a evolução do nosso próprio Ser.

Tal como somos hoje, somos uma multiplicidade, cada face opondo-se e contrapondo-se às outras faces, num jogo de soma zero.

Um divisor de águas

Mas há ainda outro aspecto, sobre essa questão dos três pecados capitais, que merece comentário, e que é muito mais importante.

Comecemos esse comentário, dizendo que todo esse assunto dos pecados capitais será aprofundado e trabalhado com todos os membros do Grupo Busca SCSC, até que se chegue, em relação a este assunto, a uma verdadeira compreensão.

Até que não se chegue a essa verdadeira compreensão – sobre a natureza e o papel dos três pecados capitais na vida dos seres humanos – não poderemos dizer, ainda, que estamos fazendo o verdadeiro trabalho interior.

Em outras palavras, o momento da compreensão a que estamos nos referindo, é um divisor de águas no nosso trabalho interior.

Se esse momento de compreensão não ocorrer, duas coisas podem acontecer.

1ª) O nosso trabalho interior pode prosseguir por algum tempo, e depois deixar de fazer sentido para nós. Deixamos de nos lembrar, com clareza, o que buscávamos; começamos a ficar angustiados por resultados rápidos; começamos a achar que os meios empregados não se justificam; etc. Enfim, acabamos nos desviando, e desistindo do trabalho interior.

2ª) Ou, o nosso trabalho pode prosseguir por muito tempo ainda, mas sem a ocorrência da compreensão citada, ou seja, mesmo sem se basear numa compreensão justa. Mas aí, nesse caso, só Deus – ou talvez o Diabo – sabe em que iremos nos transformar!

Por outro lado, se e quando esse momento de compreensão nos ocorre, toda a nossa existência se transforma.

Toda a nossa vida passa a ter, para nós e para todos ao nosso redor, um novo significado, e um novo valor.

Esse momento é tão importante, que uma das correntes iniciais do cristianismo deu um nome bem definido a ele: conversão.

Uma das correntes bem iniciais do budismo dizia, também, que este momento assinala o nascimento de um bodisatva, um novo homem antes da iluminação.

“Porque Teu é o Reino, o Poder e a Glória para sempre”

A frase acima aparece na Bíblia, por exemplo em Mt 6-13, na King James Atualizada.

Hoje discute-se, entre os estudiosos dos textos bíblicos, que este texto não aparece ao final do Pai Nosso, em Mateus, nos textos originais.

Para nós isso não faz diferença, porque aparece, em qualquer tradução, o seguinte trecho, do Livro 1 das Crônicas, que tem o mesmíssimo sentido:

“Crônicas, 11 – A ti, Senhor, a grandeza, o poder, a honra, a majestade e a glória, porque teu é tudo o que há no céu e na terra. Teu é o reino e o que está acima de todos. 12 – Riqueza e glória vêm de ti. Tu governas tudo. Em tuas mãos estão a força e o poder, em tuas mãos engrandecer e fortalecer a quem queres.” (versão extraída da Bíblia do Peregrino).

A frase no cabeçalho deste subtópico resume, com finíssimo acabamento, tudo o que expusemos nos subtópicos anteriores, sobre os três pecados capitais.

O Reino, tudo o que existe, no caso do contexto que estamos tratando aqui, é d’Ele, não é nosso, não é meu.

O Poder, o poder de fazer e de deixar de fazer, é d’Ele; e eu, sendo como sou normalmente, não posso ser nem semelhante a Ele, não tenho quaisquer poderes.

E a Glória é d’Ele; é a Ele que sempre devemos por tudo agradecer, é a Ele a quem devemos sempre louvar e glorificar.

Não devemos glorificar a uma pessoa ou outra, por mais amável e querida que seja a nós.

E muito menos devemos louvar a nós mesmos, seja em que circunstância for.

Aqueles que fizerem um trabalho sério sobre si mesmos – e chegarem à evolução suficiente do seu ser, até certo ponto – poderão verificar que o que está afirmado, no trecho do Livro das Crônicas, não é uma afirmação de fé.

Poderão verificar e comprovar que é uma afirmação que descreve as coisas como elas de fato são.

C – O segundo fundamento: atuar simultaneamente em várias frentes

No post Evolução e Caminhos, falamos sobre as classes ou os tipos de caminhos.

Dizemos lá que o quarto caminho, o grande caminho da compreensão, demanda variadas atividades diferentes, destinadas, cada uma delas, a desenvolver um diferente aspecto do nosso Ser.

E o segundo fundamento, sobre o qual sempre estará baseado o trabalho no Grupo Busca SCSC, será justamente esse:

  • atuar em várias frentes simultaneamente.

No início, as três grandes frentes em que atuaremos serão: a corporal, a emocional e a mental.

Todas as atividades, nos primeiros meses de trabalho, poderão sempre ser enquadradas numa ou noutra destas três grandes frentes; em alguns casos, em mais de uma.

Com o tempo, outras frentes serão acrescentadas.

Algumas atividades poderão ser realizadas individualmente, ou seja, apenas com um casal.

Outras atividades poderão ser realizadas em pequeno grupo, isto é, em um grupo com uns poucos casais.

Outras atividades, ainda, deverão ser realizadas num grupo maior.

Já é bom que se diga, desde já, que a verdadeira disciplina de escola – aquela baseada na compreensão – não deixa espaço para preferências pessoais:

“puxa, eu gosto dessa atividade, não gosto daquela”, etc.

Que ninguém se permita, desde já, sucumbir a esses caprichos.

Todas as atividades propostas, e levadas a cabo, têm a sua razão de existir, têm as suas contribuições específicas esperadas, em relação ao desenvolvimento harmonioso do Ser.

Em vários dos posts da parte do site intitulada Participe na Prática, falamos um pouco sobre cada um dos tipos de atividades.

Também é importante que seja dito, desde já, que todas as diferentes atividades, que fazem parte do programa do Grupo Busca SCSC, serão incrementadas paulatinamente.

A velocidade desse incremento dependerá de algumas condições.

Dependerá, dentre outras coisas:

  • da quantidade de casais, alunas e alunos;
  • do nível de desenvolvimento, das pessoas, dos casais, e do Grupo como um todo;
  • da preparação das pessoas – alunas e alunos mais adiantados – que atuarão como auxiliares, em diversas das atividades;
  • da adequação dos espaços;
  • e etc.

Cabe ainda destacar aqui: todas as atividades serão, sempre, orientadas e assistidas.

Ou seja: sempre haverá alguém para orientar as atividades, e para assistir aos praticantes nas suas dificuldades, dúvidas, etc.

Essa orientação e essa assistência ocorrerão quer a atividade seja realizada apenas com um único casal, quer seja realizada com todo um grupo.

No início da vida dos casais no Grupo, ou seja, nas primeiras semanas, haverá uma carga maior de atividades individuais – quer dizer, atividades apenas com o instrutor e o próprio casal.

Com o tempo e o desenvolvimento, as atividades em grupo irão passando a predominar, cada vez mais, na agenda do casal.

D – O terceiro fundamento: o foco na essência

Falamos sobre a essência – em contraste com a personalidade – em mais de um local do site:

Recuperemos o que está dito lá:

“… a personalidade é o que não é nosso, é tudo aquilo que adquirimos aqui no mundo: o que aprendemos, as influências que sofremos vindas das outras pessoas, as nossas crenças, os nossos hábitos, etc.;

…a nossa essência é tudo aquilo que realmente é nosso. São as tendências e os potenciais com os quais viemos para esse mundo.

… as mudanças que ocorrem na essência representam um tipo especial de desenvolvimento, um tipo que chamamos de evolução.

Entre outras diferenças, o desenvolvimento do tipo evolução é perene, nunca mais é perdido.

O motivo para isso é que a nossa essência não muda com a simples passagem do tempo, como todas as outras coisas no Universo, inclusive a nossa personalidade.

A nossa essência só muda, só se desenvolve, por meio de esforços bem orientados, e conscientes, da nossa parte.

… Para que o real desenvolvimento se dê – o desenvolvimento especial em nossa essência – temos que viver experiências, temos que ter vivências, que possam chegar de fato a afetar a nossa essência.

Porque não estamos nada interessados em reforçar ainda mais a nossa personalidade, ou seja, em inflar ainda mais o nosso ego, para usarmos o pior sentido em que se pode usar essa expressão.”

O que queremos falar aqui e agora, algo que não falamos lá naquelas oportunidades, é:

  • a essência e a personalidade se misturam em nós,
  • ou melhor, se mostram a nós já misturadas.
  • alguém já disse que uma dissimula a outra, uma disfarça a outra, uma serve de máscara para a outra.
  • e vice-versa.

Tentemos compreender o processo.

Imagine uma criança de 4 ou 5 anos.

Tem certas tendências, vindas da essência queremos dizer.

Mas já tem, também, certa educação: já recebeu muita influência vinda dos pais, dos irmãos mais velhos, dos avós, dos tios e tias, dos primos, eventualmente da professora e dos amiguinhos da pré-escola, etc.

Quando nos surpreendemos com alguma manifestação inesperada dessa criança – uma frase, um raciocínio, uma resposta, ou uma pergunta, um gesto, ou seja lá o que for – sempre nos perguntamos: de onde vem isso?

Aprendeu ou é da própria natureza dela?

E, geralmente, a resposta mais apropriada é: as duas coisas.

Ambas as coisas já estão misturadas, mesmo já nesta tão tenra idade!

O processo começou muito cedo.

O bebê, de alguns dias ou poucas semanas, é pura essência.

Quase todas as suas manifestações ainda são resultantes da interação direta da sua essência – tendências com que já nasceu – com o meio ambiente em que está.

Mas logo começa a aprender coisas.

E começa a usar esse aprendizado em seu próprio benefício.

É claro que nada é consciente, nesse momento da vida, em qualquer sentido que se queira dar à palavra.

No início, a essência da criança é bem visível nas suas manifestações.

A personalidade ainda é frágil, está pouco formada, pouco desenvolvida.

Mas com o tempo, a personalidade vai tomando corpo; vai ficando cada vez mais forte; vai ocupando, cada vez mais, diferentes áreas da vida da criança.

Chega a um ponto – talvez com 9 ou 10 anos – em que quase não podemos perceber o que é da essência da criança.

Quase tudo já está fortemente encoberto pela personalidade.

A essência fica então sufocada, por assim dizer.

E então ela – a essência – deixa de se desenvolver.

O que dizer então de nós, adultos?

O que é personalidade em nossas manifestações? Quase tudo.

O que é da essência em nossas manifestações? Pouca coisa, geralmente poucas manifestações que ocorrem em momentos muito fortes de nossas vidas.

E qual a importância desse assunto?

Tremenda importância!

Porque o desenvolvimento interior – e a eventual evolução – significa, precisamente, a retomada do desenvolvimento da nossa essência, desenvolvimento que ficou parado lá atrás, próximo da época do final da nossa infância.

Levando em consideração toda a questão do crescimento da nossa essência – conforme descrito nas linhas acima – o Grupo Busca SCSC tem, como um de seus fundamentos, manter o tempo todo o foco na essência.

  • É o crescimento da essência que queremos patrocinar.
  • É a ela – essência – que estarão direcionados todos os nossos esforços.

Muitas vezes, para realizar esse nosso intento – de manter o foco na essência – teremos que judiar um pouco da personalidade, ludibriá-la um pouco, enganá-la, ou mesmo esganá-la, se for preciso…

Compreende?

E – O quarto fundamento: lembrar-se sempre

Tal é a variedade de atividades que cada pessoa terá à sua disposição no Grupo Busca SCSC, que a coisa mais fácil é se perder nas atividades.

E se esquecer do motivo de estarmos nos envolvendo nelas.

Algumas atividades, em alguns dias ou em muitos deles, serão excepcionalmente estimulantes: sensações novas, emoções novas, sentimentos novos, insights, compreensões novas ligadas a ideias para as quais já tínhamos alguma primeira compreensão, etc.

Tudo isso pode se tornar tão absorvente, que corremos o risco de esquecer-nos das nossas metas, e do porquê estamos aqui.

Corremos o risco até de esquecer que, aconteça o que acontecer, devemos nos manter trabalhando interiormente, devemos nos manter firmes na nossa busca.

Essa é a razão de ser do quarto fundamento: o tempo todo, nós seremos instados a nos lembrar:

  • do porquê estamos aqui,
  • da nossa meta,
  • da nossa busca pelo desenvolvimento interior,
  • do que isso significa,
  • do nosso funcionamento precário,
  • das nossas possibilidades latentes,
  • das dificuldades envolvidas,
  • etc.

Mas, ainda que estejamos o tempo todo – dentro das atividades do Grupo Busca SCSC – estimulando cada pessoa e cada casal a lembrar-se das metas e da busca, isto não é o suficiente:

  • cada um deve fazer o seu próprio esforço nesse sentido.

Lembrar-se é a coisa mais importante de todas.

E sempre vai requerer um esforço da parte da própria pessoa.

F – Comentários relacionados aos quatro fundamentos do Grupo Busca SCSC

Tendo apresentado os quatro grandes fundamentos – sobre os quais se apoiam todas as atividades levadas a cabo no Grupo Busca SCSC – queremos ainda acrescentar alguns comentários, relacionados a esses fundamentos.

Formular a meta de acordo com a sua própria compreensão

Estaremos, no Grupo, sempre trabalhando em mais de uma meta.

Teremos, sempre, uma meta diferente para cada modalidade de atividade do Grupo: Meditação SCSC, Massagem SCSC, Sexo SCSC, etc.

O que vamos falar nesse tópico, deve ser pensado em relação a cada uma dessas metas em particular.

Falamos, no tópico anterior, sobre o lembrar-se sempre: da busca, de cada meta, etc.

O esforço para lembrar-se de uma meta é uma coisa; outra coisa é formular a meta para si mesmo.

Formular a meta para si mesma, ou para si mesmo, é um passo imprescindível. E tem dois aspectos distintos.

Primeiro: depende da compreensão da pessoa.

Cada um deve formular a sua meta de acordo com as suas próprias palavras, e de acordo com a compreensão que tem no momento – naquela semana, ou naquele período da sua vida.

Lembremos que estamos falando aqui das metas individuais de cada pessoa; a grande meta do Grupo, ou do instrutor, é outra coisa.

Segundo: só a meta formulada pela própria pessoa pode ter um significado emocional para ela.

Uma meta sugerida por outrem, por mais bem formulada que seja, é uma frase que fica, na melhor das hipóteses, instalada no nosso intelecto; mas é uma frase que dificilmente, e só acidentalmente, se implanta no fundo do nosso coração.

E o que não está no fundo do nosso coração, não pode nos servir como fator de orientação.

Caminho e busca

Temos o tempo todo aqui, usado a palavra caminho; e temos usado também a palavra busca.

Falamos bastante sobre a ideia de caminho; e sobre os grandes caminhos, enfatizando, entre eles, o caminho da compreensão.

Também falamos sobre um caminho em particular – o sexo como caminho.

E procuramos, sempre, destacar as características, e as vantagens, de cada um dos caminhos citados.

Mas é muito importante que se compreenda que, por melhor que seja um caminho, por mais estimulante e poderoso em termos de possibilidades, ele não substitui a busca.

A busca é de cada pessoa e de cada casal. É o empenho individual:

    • em acomodar a sua vida para poder participar das atividades,
    • em de fato envolver-se nas atividades,
    • em lembrar-se da sua meta,
    • em procurar estar presente a cada momento,
    • em lembrar-se de si mesma ou de si mesmo,
    • em observar-se,
    • em refletir sobre os fatos resultantes das suas auto-observações, face às ideias do sistema,
    • etc.

O Grupo esforça-se para dar uma orientação, e criar condições propícias ao desenvolvimento, mas a busca deve ser empreendida por cada um, e por todos.

Ninguém pode fazer por você aquilo que deve, necessariamente, ser feito por você mesma, ou por você mesmo.

Não há ajuda possível aqui: damos uma direção, propiciamos condições, fornecemos dicas, procuramos estimular, etc., mas você é que deve se sentir, e de fato ser, responsável pela sua busca.

A Natureza não dá saltos

Há também que se compreender desde já, para não haver decepções frívolas, que a Natureza não dá saltos.

Lembremos que a nossa condição atual, de cada um de nós, individualmente, é fruto de séculos e de milênios de incompreensões, e de hábitos indevidos – hábitos intelectuais, emocionais, corporais e outros – passados de pessoa a pessoa, de geração a geração, através das famílias, da educação, da comunidade, da cultura, dos movimentos ascendentes e descendentes das civilizações, etc.

Cada um de nós que se envolve na busca do nosso desenvolvimento interior, na busca do desenvolvimento das nossas possibilidades latentes, deve sempre ter isso em mente: a busca interior é um movimento contra a corrente geral.

E no início, trata-se mais de se livrar de manifestações indevidas – ideias indevidas, emoções indevidas, tensões corporais indevidas, etc. – do que de se edificar um novo Ser; a edificação já é uma segunda etapa.

A Natureza não dá saltos; levou milênios para a nossa civilização fazer de nós o que somos: um ser sem alma, um ser sem espírito, um ser incompleto.

Levará também algum tempo, de empenho constante, para edificarmos o nosso novo Ser, um ser em contato perene com O Nosso Ser Maior, Criador de Todas as Coisas.

Nada pode ser garantido

Você, formosa leitora ou vigoroso leitor, que vem sofrendo conosco – e sem reclamar! – todas as palavras e ideias apresentadas neste site, até aqui, já deve estar mais ou menos ciente de que nada pode ser garantido.

Adoraríamos poder fazer um belo cartaz de propaganda dizendo: “satisfação garantida ou as suas ilusões de volta” – ou os seus pecados, as suas incompreensões, etc.

Mas isto não é possível: nada do tipo pode ser prometido.

Brincadeiras à parte, o fato é que não se pode dar garantias de qualquer tipo: de prazos, de resultados, etc., ou seja lá do que for.

Há tantas variáveis em jogo!

Há tantas condições que devem estar atuando, a cada momento, para que cada porção de evolução real seja possível, que ninguém pode dar garantias de qualquer espécie.

Muitas dessas variáveis, ou condições, dependem de nós, instrutores ou guias da empreitada; outras tantas dependem de vocês, membros do casal; outras tantas, dos seus demais colegas de grupo; etc.

Mas há variáveis que não dependem de nenhum de nós, não dependem de nenhuma das pessoas citadas acima.

De modo que um mínimo de lucidez deixará claro, a cada um de nós, que nada pode ser garantido.

A evolução é realmente possível

Mas, apesar de tudo o que foi falado no subtópico anterior, uma coisa podemos garantir:

    • a evolução é realmente possível!

Sim, vamos enfatizar: A EVOLUÇÃO É REALMENTE POSSÍVEL!

Não é conversa, não é fantasia, não é papo de vendedor, não é conto de fadas.

É fenômeno real e muitíssimas vezes comprovado.

É fenômeno que ocorreu a milhares de seres humanos, desde que se conhece a história da humanidade.

Ocorreu a pessoas com quem tivemos contato, através de relatos e de livros.

A evolução também aconteceu para pessoas que conhecemos pessoalmente, e com quem convivemos por décadas.

A evolução pode ocorrer para nós: para você, para mim, e para qualquer um dos nossos colegas de Grupo.

Repetimos: apesar das dificuldades potenciais, A EVOLUÇÃO É REALMENTE POSSÍVEL!

E ainda mais importante, relembremos as palavras do Grande Sábio a esse respeito:

    • “uma vida só é o bastante!”.

Há tempo suficiente, numa única vida humana, para realizarmos a evolução possível, desde que existam as condições, e o empenho, apropriados.

G – Conclusão: fundamentos sólidos

Neste post, apresentamos e descrevemos as bases, ou os fundamentos, sobre os quais se apoiam todas as atividades do Grupo Busca Sagrada Cristã Supra Consciente.

Também acrescentamos alguns comentários visando clarificar, ainda mais, a força potencial desses fundamentos, quando considerados todos em conjunto.

O que podemos concluir agora, com toda a tranquilidade, é que as atividades do Grupo estarão sempre, com toda a certeza, assentadas em fundamentos sólidos.

 

E quanto a você? Buscou entender cada um dos quatro grandes fundamentos apresentados? Procurou refletir sobre como cada um deles vai afetar vocês, o casal, no caso de vocês decidirem juntar-se a nós no Grupo? Vocês puderam perceber como esses fundamentos – se sempre respeitados – aumentam as nossas chances, e a nossa confiança, na busca?

 

Entre em contato agora: escreva um e-mail para euclides@grupodecasais-busca-scsc.org

 

 

 

Foto: Soikha

Um comentário

  1. A Serviço da Essência

    Em muitos ensinamentos, a personalidade ou ego, genericamente, tem uma baixa reputação. A razão disso é que ela, de certo modo, é o princípio da nossa psique que nos separa uns dos outros, na medida em que a sua formação está sujeita aos conceitos estabelecidos na época e no lugar onde nascemos.

    Em contrapartida a essência, quando acessada, é o princípio que nos mostra não haver separação. Algumas vezes, a personalidade é descrita como uma figura danosa que nos impede de realizar a nossa verdadeira natureza.

    Mas, basicamente, é o mecanismo que nos ajuda a organizar os vários aspectos da interação com o mundo de forma que nele possamos atuar.

    Neste sentido, a personalidade é simplesmente um instrumento para lidarmos com o mundo ao nosso redor. Ela é a ferramenta que usamos para atuar no mundo.

    O problema é que, normalmente, a personalidade invade um espaço que não é seu, assumindo indevidamente a situação. Isto acontece em razão dos desejos que lhe são despertados pela infinidade de atrativos de várias espécies que a vida oferece, levando-a a dirigir a atenção quase que, exclusivamente, para eles, esquecendo-se da outra parte que compõe o ser, infinitamente mais ampla.

    Quando isto acontece, significa que a personalidade envolveu a essência de tal forma com seus interesses mundanos, que esta fica se parecendo a uma estrela que, encoberta por uma grande nuvem é impedida de irradiar a sua luz.

    No controle, assume uma posição de comando que nunca foi sua, pois, tem como função estar a serviço da essência. Quando essa relação está funcionando é uma intermediária útil, permitindo que a essência se manifeste por seu intermédio.

    Atuando assim, é quase como se a personalidade fingisse ser uma entidade separada denominada “eu”. Como uma atriz, desempenha papéis que o mundo nos impõe a fim de permitir a nossa interação com ele. Funciona como uma ferramenta que nos habilita a estar no mundo mas, na medida em que temos consciência destes aspectos, podemos fazê-lo de uma forma distanciada, como um observador que se encontra no alto de um prédio, acompanhando os acontecimentos de uma rua movimentada.

    Quando estamos em contato com a nossa essência, a personalidade não é uma ameaça. Ela é, simplesmente, um instrumento a serviço. Nós a mantemos controlada quando nos alimentamos continuamente de práticas que nos levam a um estado de calma, que nos permita interromper o fluxo desordenado de pensamentos sob os quais vivemos no dia a dia.

    Neste lugar experimentamos a percepção de si, a paz, a tranquilidade, além de outros sentimentos que não acessamos em nossa vida cotidiana, a não ser, excepcionalmente, em determinadas situações emocionais extremas.

    Como instrumento, a personalidade é adequada para servir a nossa essência sem tentar comandá-la ineficientemente, permitindo-nos expressar o nosso melhor, aquilo que vem da alma.

Deixe o seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *