A – Introdução: a força do sexo

Estamos inaugurando esta parte do site intitulada Sexo-SCSC.

Vamos colocar então, de imediato e sem quaisquer rodeios, uma meta para nós nesta parte:

  • nos tornarmos capazes de buscar o divino pela via sexual.

O divino é palavra que se refere àquele nível superior da nossa existência.

Refere-se às manifestações daquele nível que já chamamos de cobertura ou de Nosso Ser Maior, no post Estrutura e Funções do Ser Humano.

Alcançar o divino significará, para cada um de nós, o poder de manifestarmos aquelas realizações superiores de que já falamos em mais de um local aqui no site.

Se esse alcance estiver estabilizado em nós, sem qualquer dúvida nós teremos nos tornado, então, seres de um nível muito superior.

Teremos nos transformado em seres capazes do verdadeiro amor, o amor incondicional e independente das circunstâncias. Isso envolve, além da amorosidade, a compaixão, a misericórdia, e outros dons relacionados.

Nos tornaremos, também, seres capazes de estar plenamente conscientes a maior parte do tempo, e com uma amplitude e profundidade de consciência não acessíveis aos seres humanos comuns.

Teremos a verdadeira vontade.

Alcançaremos o nível de existência em que poderemos expressar a verdadeira felicidade.

Viveremos a verdadeira e desfrutaremos da verdadeira esperança.

Teremos um eu permanente e imutável.

Manifestaremos ainda muitos outros poderes, ou seja, seremos capazes de muitas coisas que não são possíveis ao seres humanos comuns.

E isso é possível de ser alcançado pela via sexual, em função da enorme força do sexo.

Por um lado, essa força gigantesca manifesta-se nas nossas vidas de um modo que acaba nos condicionando e nos limitando.

Por outro lado, essa mesma força, quando bem compreendida e usada, pode nos permitir alçarmos voos muito altos.

Este post tem dois objetivos:

  • Refletir sobre os aspectos que tornam o sexo uma enorme força na vida das pessoas, e
  • Permitir a você vislumbrar uma forma de poder se libertar do jugo do sexo; e então poder usá-lo, com toda a potência possível,  para alcançarmos a nossa meta: a busca do divino pela via sexual.

B – Ideias novas sobre o sexo e sobre a sexualidade

No post Processo da Transformação Emocional está dito que você encontrará neste site muitas ideias novas. Vamos repetir aqui: são ideias que não são comuns, não são vindas da mídia ou da literatura, nem mesmo dos vários ramos da ciência ou da filosofia. São ideias que estão muito longe da compreensão e da visão de mundo que o ser humano contemporâneo tem.

Aquilo que falamos sobre ideias novas aplicadas ao mundo emocional, aplica-se aqui também.

Nesta parte do site vamos trazer algumas ideias sobre sexo e sexualidade, que você nunca encontrou em qualquer outro lugar.

Dizer que nunca encontrou talvez não seja uma expressão precisa. Mais preciso seria dizer que você muito dificilmente encontrou antes, em toda a sua vida até aqui. A probabilidade de você ter entrado em contato com algumas das ideias que ventilaremos aqui, é mais ou menos igual à probabilidade de acertar na Mega-Sena; é uma probabilidade muitíssimo baixa.

Essas ideias novas estarão aqui, no texto deste post e dos quatro posts seguintes, misturadas com outras ideias mais comuns.

Mantenha toda a atenção para você não se enganar.

E não considerar essas ideias novas como se fossem ideias que você já conhece.

Portanto, recomendamos: sente-se com o seu tronco bem apoiado sobre as suas nádegas, ajeite bem a sua coluna, respire fundo, esqueça por uns momentos todos os seus demais interesses, e vamos começar!

C – O papel do sexo na vida humana

Com o intuito de termos um excelente começo, vamos invocar aqui as palavras proferidas há mais de cem anos pelo Grande Sábio e anotadas pelo Querido Sábio, seu aluno:

“…. o sexo desempenha um tremendo papel na manutenção da mecanicidade da vida. Tudo o que as pessoas fazem está ligado ao ‘sexo’: política, religião, arte, o teatro, música, é tudo ‘sexo’. Vocês pensam que as pessoas vão ao teatro … para ver alguma peça nova? Isto é só para salvar as aparências. A coisa mais importante … é que haverá uma porção de mulheres ou uma porção de homens. Esse é o centro de gravidade de todas as aglomerações. O que vocês pensam que traz as pessoas aos cafés, aos restaurantes, às várias festas? Uma coisa apenas. Sexo: ele é a principal força motriz de toda a mecanicidade. Todo o sono, toda a hipnose, depende dele.”

“Devem tentar compreender o que quero dizer. A mecanicidade é especialmente perigosa quando as pessoas tentam explicá-la por outra coisa e não pelo que realmente é. Quando o sexo está claramente consciente de si, e não se encobre com qualquer outra coisa, ele não faz parte da mecanicidade sobre a qual estou falando. Pelo contrário, o sexo que existe por si só, e não depende de nenhuma outra coisa, já é uma grande realização. Mas o mal reside nesse constante autoengano!”

“…. mas é possível libertar-se de uma parte considerável delas [das leis cósmicas], equivale dizer, há uma possibilidade de mudar o estado de coisas para si mesmo, é possível escapar à lei geral. Deveriam compreender que nesse caso, assim como em todos os outros, a lei geral não pode ser mudada. Mas uma pessoa pode mudar a sua própria posição com relação a essa lei; ela pode escapar da lei geral. Ainda mais que na lei de que falo, isto é, do poder do sexo sobre as pessoas, estão incluídas muitas possibilidades diferentes. O sexo encerra a principal forma de escravidão, e é também a principal possibilidade de libertação. Isso é o que devem compreender.”

Este texto é extremamente forte. E tem muitíssimo conteúdo, quase que a cada frase. Recomendamos que você o leia pelo menos três vezes antes de avançar na leitura.

Praticamente tudo o que está contido no texto acima será comentado, num momento ou noutro, em algum dos posts que compõem esta parte do site.

D – As oito principais funções exercidas pelo sexo

O sexo pode desempenhar diversas funções na vida de um ser humano.

Essas diversas funções que podem ser desempenhadas pelo sexo, podem variar de um ser humano para outro. Podem ainda variar conforme a fase da vida que uma pessoa está vivendo. Ou podem até mesmo variar de uma relação sexual para outra – ou de uma série de relações sexuais para outra série – e isto dentro de uma mesma fase da vida.

As oito principais funções que o sexo pode desempenhar na vida de uma pessoa são citadas a seguir:

Procriação

Uma função mais óbvia do sexo – mais óbvia no sentido que logo vem à mente de todos quando se trata de sexo – está ligada à procriação, ou seja, gerar filhos, constituir prole.

Limpeza Psíquica

O sexo pode servir à função de descarga de energias decaídas e derivadas da vida psíquica da pessoa. Tal descarga é demandada pelo psiquismo da pessoa, isto é, pela base emocional, pela base mental. ou por ambas. O processo da geração de energias psíquicas se dá – como no caso da geração de outras energias em nós – pela combinação de substâncias de mais de um nível. Tal processo gera resíduos, ou seja, substâncias degradadas e não mais aproveitáveis. Precisam ser eliminadas. O sexo – natural e, no mínimo, de razoável qualidade – faz essa função.

Entretenimento

O sexo pode servir à função de entretenimento; um modo de passar o tempo com alguma diversão possível.

Exercer Poder

O sexo pode servir à função de uma pessoa adquirir ou manter poder sobre outra. Não importa aqui o que será feito com esse eventual poder adquirido. A ideia de viver um romance algumas vezes está inserida aqui nesta função.

Mostrar Performance

O sexo pode servir como uma forma de uma pessoa demonstrar, para a pessoa sua parceira sexual, e eventualmente também para terceiros, a sua performance sexual. Uma maneira de simplesmente inflar o seu próprio ego.

Auferir Vantagens Materiais ou Sociais

O sexo pode servir para que uma pessoa possa auferir vantagens materiais ou sociais através da prática dele. Não importa aqui se as vantagens materiais são pecuniárias, isto é, se envolvem dinheiro direta ou indiretamente; ou se são vantagens materiais sob outras formas: presentes, cessão de bens, etc. Também não importa aqui de que tipo de vantagem social se trata: se cargos ou promoções, contatos, contratos, etc.

Experimentar Prazer

O sexo pode servir para uma pessoa experimentar prazer, usufruir de prazer, ter a vivência do prazer.

Alcançar o Divino

O sexo pode servir para uma pessoa alcançar a transcendência, alcançar o divino, ou seja, acessar um nível muito mais elevado de ser. E isto ainda que inicialmente o alcance da transcendência seja instável, seja apenas fugaz. Com a prática continuada, e mediante outras condições apropriadas, todas ligadas à prática bem potente do sexo, pode-se começar a experimentar resultados mais duradouros.

E – Comentários sobre as oito funções do sexo na vida humana

Citamos no tópico anterior as oito principais funções do sexo na vida dos seres humanos.

É claro que num mesmo episódio sexual, pode estar envolvida mais de uma das funções citadas.

Também é importante considerarmos que uma dessas funções pode estar sendo exercida quer a pessoa tenha alguma consciência dela, ou quer não tenha nenhuma consciência. Um exemplo se dá quando alguém faz sexo achando que quer apenas se divertir, quando na verdade a sua motivação real é mostrar performance.

Além disso, a função se realiza ainda que a pessoa não esteja nem mesmo intencionando que a dada função ocorra. Por exemplo, a função da Procriação pode se realizar ainda que a pessoa não a intencione, como ocorre no caso de uma gravidez inesperada.

Das oito principais funções citadas, quatro são naturais, no sentido de que foram previstas pela Mãe Natureza. São as duas primeiras e as duas últimas da lista. As outras quatro são invencionices humanas.

A função natural mais importante na vida do ser humano comum – na vida de 99,9999999% das pessoas de todas as épocas e em todos os recantos do globo terrestre – é a função da Limpeza Psíquica.

Comparada com a função da Procriação, ela é extremamente mais frequente. Por um lado, muitas pessoas não procriam; nunca têm filhos. As que procriam, o fazem geralmente bem poucas vezes na vida (há as exceções: pessoas que geram dez, vinte, trinta filhos ou mais). Mas mesmo considerando-se as exceções, a frequência da função da Procriação é muitíssimo menor do que a frequência com que a função da Limpeza Psíquica é necessária.

Para algumas pessoas, a Limpeza Psíquica é necessária quase que diariamente; para outras, semanalmente; para outras, mensalmente; e para outras ainda, semestralmente.

Por outro lado, duas dentre as oito funções citadas requerem pelo menos algum nível de consciência e de intenção para serem desempenhadas a contento, ou seja, de modo a realizar plenamente a função. São os casos das duas últimas da lista: Experimentar Prazer e Alcançar o Divino.

E é exatamente nestas duas possíveis funções do sexo que estaremos interessados nesta parte do site.

É fácil compreender de pronto o motivo por que a função Alcançar o Divino requer bom nível de consciência e de intenção.

Mas não é tão fácil compreender o motivo por que a função Experimentar Prazer também requer boa dose de consciência e de intencionalidade. E o motivo é o seguinte: o nível em que precisaremos experimentar prazer será muito elevado, se quisermos usar o sexo como alavanca para de fato alcançarmos o divino. Daí a necessidade de um bom nível de consciência e de forte intenção, para bem realizarmos a função Experimentar Prazer.

F – O sexo dos outros e a nossa sexualidade

Os arqueólogos nos ensinam que hominídeos pré-humanos – por exemplo, os primeiros australopitecíneos – já existiam na Terra há cerca de quatro milhões de anos atrás.

Os humanos modernos – sapiens sapiens – estão por aqui, nos diz uma parte da ciência moderna, desde cerca cento e cinquenta mil a duzentos mil anos atrás.

Entre os dois períodos, mais de uma espécie conviveu por longas eras, às vezes em territórios muitos próximos.

Por fim, o humano moderno restou exclusivo na Terra, sem outras espécies de hominídeos por perto.

Nesse período de quase quatro milhões de anos sempre houve sexo.

E sempre houve uma história do sexo, uma história sexual envolvendo os muitos aspectos do sexo – a procriação, o maior ou menor poder ou dependência de um gênero em relação ao outro, a monogamia ou a poligamia, as proibições e as transgressões sexuais, etc. Essa história atravessou todos os períodos e caminhou pela idade da pedra, lascada e polida, e pelas idades do metal: do ferro, do bronze e do cobre.

Porém a história sexual não cessou, de cento e cinquenta mil anos atrás para cá.

A história do sexo entre os humanos modernos continuou a ser escrita na pré-história. No período da diferenciação do papel das primeiras parteiras, no período das primeiras pinturas rupestres, das figuras em pedra ou argila representando corpos humanos, com a formação e o desenvolvimento das aldeias, com a agricultura, o surgimento das primeiras cidades, a invenção da escrita, etc.

E a história sexual continuou ainda a ser escrita também depois: na idade antiga, na idade média, na idade moderna e na idade contemporânea.

Talvez devêssemos aqui fazer uma breve pausa para procurar ilustrar o que estamos querendo dizer com a expressão história sexual.

Essa ideia não pode ficar uma coisa teórica para nós. Há que existir uma noção de realidade, de coisas de fato acontecendo e impactando profundamente a vida – e talvez até a morte – das pessoas.

Já temos notícia da repressão sexual no Novo Testamento, na cena conhecida como “atire a primeira pedra”.

Mas avancemos 1.500 anos!

Certo autor contemporâneo, escrevendo sobre as origens das concepções e das práticas sexuais modernas, nos descreve o que ele chama de cultura da disciplina sexual. É um conjunto de regras, restrições e punições praticadas em partes da Europa no século XVI e no início do século XVII. A pesquisa do autor baseou-se em documentos e registros da época, e que ainda hoje podem ser encontrados em cartórios e em tribunais – talvez alguns em museus – da região.

E o que ele descreve?

Barbaridades! Ou seja, atos praticados por bárbaros!

Não estamos falando dos chamados crimes, mas das punições a eles.

Falemos primeiro dos tais crimes: a) fornicação (uma pessoa não casada praticar sexo com qualquer pessoa, casada ou não!); b) masturbação; c) adultério; d) gerar filho bastardo (filho fora do casamento); e) sodomia, ou seja, sexo anal; f) prostituição; g) sexo com animais; h) etc.

E quais eram as penas aplicáveis e largamente aplicadas?

Vamos lá: 1) prisão; 2) açoitamento na prisão, ou seja, chibatadas e chicotadas; 3) açoitamento em praça pública – geralmente das pequenas aldeias ou das pequenas cidades; 4) açoitamento em praça pública estando a pessoa nua; 5) separação da mãe – e às vezes do pai – de seu filho bastardo; 6) confisco de bens; 7) expulsão da cidade – às vezes a pessoa era açoitada nua, e então devia rumar para fora da aldeia ou da cidade sob os olhares dos demais habitantes; 8) pena de morte!

Note que o conteúdo dos parágrafos acima não é filme de ficção, não é produção de Hollywood! É história real. História sexual real. Ocorrida há somente quatrocentos anos atrás!

É claro que os vários aspectos da história sexual humana vão se diferenciando conforme o avançar do tempo. Certos aspectos, ou certas questões, existem sempre e desde sempre. Outros aspectos, ou características, ou temas da história sexual humana, às vezes surgem, permanecem por dado tempo em dado lugar, e então desaparecem. Mas mesmo esses deixam os seus traços na história sexual humana, deixam a sua marca na nossa herança sexual.

A nossa herança sexual: o sexo dos outros

Podemos dizer que a história sexual humana vem e vai sendo formada por diversos tipos de influência. Estamos nos referindo a um número realmente grande de diferentes influências.

Todas as influências, ligadas ao tema geral do sexo entre os seres humanos, vão sendo jogadas numa espécie de grande caldeirão, a que podemos chamar de herança sexual. O número de diferentes influências aqui, ao longo das eras, dos milênios e dos séculos é realmente gigantesco.

Para efeito didático e de simplificação, essas influências podem ser agrupadas em três grandes categorias.

Primeira categoria: a biologia sexual. Ora, ninguém duvida que a biologia tenha importante papel na nossa herança sexual. Todas as leis naturais relacionadas à reprodução, ao acasalamento, à atração entre os seres, aos períodos de maior interesse sexual, à influência das fases da lua, das estações, etc., tudo isso está nesta primeira categoria de influências.

Segunda categoria: a geoeconomia sexual. Estamos chamando de geoeconomia sexual aqui – num sentido sem grandes pretensões de ser muito técnico – ao conjunto de fatores que ligados à geografia afetam a economia; ou que, por outro lado, ligados à economia afetam a geografia. E em qualquer dos casos, afetam as práticas sexuais de um povo. Assim, certas mudanças climáticas podem permitir ou mesmo favorecer certas mudanças econômicas e ambas, por sua vez, podem favorecer a eclosão e o desenvolvimento de certas práticas relacionadas ao sexo. Por exemplo: um êxodo masculino em massa, ou a morte de muitos homens de uma dada região, numa guerra, podem favorecer o início da prática do tipo específico de poligamia chamado de poliginia, ou seja, um homem casando-se com várias mulheres.

Terceira categoriacultura. Estamos chamando de cultura, no caso da cultura sexual, ao conjunto de usos e costumes, normas, tabus, legislações e todo tipo de expectativas, de permissões e de proibições ligadas ao sexo.

As três categorias de influências citadas retroalimentam-se umas às outras. A cultura afeta e é afetada pela geoeconomia; esta pela biologia e pela cultura. E etc.

Todas as três categorias de influências, em conjunto, formam o que chamamos acima de nossa herança sexual.

Cada um de nós, seres humanos, já ao nascer traz em sua bagagem a sua herança sexual. Depende apenas do lugar e da época em que nasceu.

É isso o que podemos chamar de o sexo dos outros. São as tendências sexuais que herdamos. Tendências que vêm a nós já prontas, e que foram preparadas, por séculos e milênios, naquele grande caldeirão de que falamos. Tendências que não têm nada em particular a ver conosco.

Herdamos o sexo dos outros.

A nossa sexualidade natural: a sexualidade automática

A partir daqui vamos começar já a fazer uma distinção entre as palavras sexo sexualidade. É distinção que usaremos em todo o site daqui em diante.

Sempre que usarmos a palavra sexo estaremos nos referindo:

a) ao fenômeno exterior a nós, ao sexo nos humanos em geral, ao sexo nos outros. É como falarmos do fenômeno da digestão ou da respiração: estamos falando em geral, não da nossa digestão ou da nossa respiração; ou

b) ao ato sexual em si, ao coito, à relação sexual.

Sempre que usarmos a palavra sexualidade estaremos nos referindo à nossa sexualidade. Ou seja: à nossa particular sexualidade; ao modo como nos comportamos e nos situamos frente a todas as demandas e possibilidades do sexo, no nosso caso particular, ou no caso de uma dada pessoa em particular.

Pois bem, feita essa distinção, prossigamos!

Ao nascermos, cada um de nós também traz em sua bagagem as suas idiossincrasias sexuais. É claro, quando ainda somos bebês ou crianças pequenas, essas idiossincrasias ainda são apenas potenciais em nós, estão em nós apenas de modo latente. Mas quando a adolescência chega, as nossas idiossincrasias sexuais começam a mostrar a sua face.

As idiossincrasias sexuais envolvem um número enorme de tendências em cada um de nós.

Apenas para dar uns pouquíssimos exemplos:

a) o nosso gradiente de concentração entre hormônios masculinos e femininos;

b) a nossa maior ou menor tendência a sermos promíscuos em relação ao sexo, ou seja, preferirmos uma maior ou menor variação de parceiros sexuais nas nossas vidas;

c) a nossa preferência por certos tipos de pessoas parceiras, de acordo com as leis da compatibilidade(falaremos mais extensamente sobre este assunto no post O Sexo Como Caminho);

d) a nossa tendência natural a precisarmos de muita, de média, ou de pouca quantidade de atividade sexual nas nossas vidas;

e) a nossa tendência, de cada um nós individualmente, independentemente de sermos homem ou mulher, a sermos mais ativos ou mais passivos no sexo;

f) e etc., e etc.

Quando a nossa vida sexual efetivamente começa, a interação entre a nossa herança sexual – tudo sobre o sexo que herdamos dos outros, da nossa civilização – e as nossas idiossincrasias sexuais, resulta na nossa sexualidade natural.

A nossa sexualidade natural será, portanto, o modo como tenderemos a nos comportar e a nos situar em assuntos relacionados ao sexo, de modo natural, sem nos preocuparmos muito com isso; e sem impormos a nós quaisquer tarefas ou esforços especiais.

A esmagadora maioria dos seres humanos passa a sua vida inteira vivenciando a sua sexualidade natural. A sexualidade automática para cada um. Pouquíssimos seres humanos vão além deste ponto.

A nossa sexualidade individual: a sexualidade intencional

Enquanto vivermos no nível da nossa sexualidade natural – sexualidade automática em nós – não poderemos ainda ser chamados de indivíduos, falando do ponto de vista sexual.

O modo como vivemos então a nossa sexualidade tem sim a ver conosco, em função das nossas idiossincrasias sexuais. Mas tem muito ainda a ver com a nossa herança sexual. Coisas que herdamos daqui e dacolá, que não sabemos de onde vieram, nem para que nos servem.

Muitíssimas vezes inclusive, na grande maioria das vezes aliás, a herança sexual que recebemos tem muitos aspectos que são bem contrários às nossas idiossincrasias sexuais. Algo mais ou menos assim: o que eu gosto não pode; e o que pode eu não gosto. É o mapa do inferno!

E a herança sexual não se ajusta bem ao nosso caso particular, porque ela serve para a manutenção da civilização – infelizmente, em alguns casos, serve até para a manutenção da barbárie!

herança sexual não foi talhada levando em conta o nosso caso pessoal. Foi curtida naquele caldeirão, no fogo dos três tipos de influências; e foi curtida também, na guerra sem tréguas entre os vários interesses humanos envolvidos, guerra que perdura e que atravessa gerações e civilizações.

Teríamos que conviver por toda a nossa vida com o citado mapa do inferno, se não houvesse para cada um de nós, individualmente, uma saída maravilhosa: o desenvolvimento da nossa sexualidade individual.

Este desenvolvimento é possível a cada ser humano isoladamente considerado.

Mas como esse desenvolvimento pode se dar?

Partindo das nossas idiossincrasias sexuais, e levando em conta a nossa herança sexual, podemos engendrar esforços conscientes com vistas a desenvolver a nossa sexualidade individual.

A nossa sexualidade individual, intencional, se e quando existir, substituirá em nós a nossa sexualidade natural, esta última que era em nós automática e mecânica.

Com o coroamento de êxito deste processo – de desenvolver a nossa sexualidade individual, intencional  eventualmente chegaremos ao que podemos chamar de nossa individualidade sexual.

G – Individualidade sexual

Se chegarmos a esse ponto estaremos livres de um sem-número de amarras e de limitações, que nos foram impostas por forças externas a nós.

Estaremos livres também de um grande número de regras do tipo faça isso ou faça aquilo.

Todos os limites que respeitarmos, assim como todos os horizontes que decidirmos experimentar, terão sido decididos refletidamente por nós.

E teremos tomado as nossas decisões levando em conta, por um lado, a herança sexual que recebemos. Por outro lado, teremos levado em conta as nossas idiossincrasias sexuais. Mas, por um terceiro lado – e isso é muitíssimo importante – teremos levado em conta também a nossa meta: nos tornarmos capazes de buscar o divino pela via sexual.

Chegarmos ao ponto de compreender que precisamos empreender a construção da nossa individualidade sexual, é o primeiro grande patamar na busca pelo divino através da via sexual.

Enquanto estivermos totalmente condicionados pela nossa herança sexual, e enquanto estivermos totalmente limitados pelas nossas idiossincrasias sexuais, nenhum progresso significativo poderá ser esperado.

H – Conclusão: usando a força do sexo

Começamos esse post estabelecendo a meta para nós em relação à nossa vida sexual: nos tornarmos capazes de buscar o divino pela via sexual.

Dissemos então que alcançar a meta é realmente possível devido à tremenda força do sexo.

Em texto do Grande Mestre que reproduzimos, aprendemos que o sexo pode condicionar toda a nossa vida aqui na Terra, mas pode também ser a nossa principal via de libertação.

Então estudamos as oito principais funções que o sexo pode desempenhar na vida de uma pessoa.

E concluímos que duas destas funções nos interessam mais de perto: Experimentar Prazer e Alcançar o Divino.

Estudamos então o tema da herança sexual e da nossa própria sexualidade: se sexualidade natural, automática, por um lado, ou se sexualidade individual, intencional, por outro.

E concluímos que perseguindo a nossa sexualidade individual podemos chegar a desenvolver a nossa individualidade sexual. Então sim, estaremos em condições de usar a força do sexo para realizar a nossa meta.

 

E quanto a você? Sentiu impulso para aderir à meta enunciada, ou seja, alcançar o divino pela via sexual? Leu e releu o texto do Grande Mestre? Sentiu-se impactada ou impactado por ele? Pôde refletir sobre as funções mais recorrentes que o sexo realiza na sua própria vida pessoal – e na vida do casal? Tomou um tempo para refletir sobre a herança sexual que você recebeu? Refletiu profundamente também sobre a sua própria sexualidade natural? Enfim, o post serviu para você ter um forte desejo e intenção de desenvolver a sua sexualidade individual. com vistas a chegar à sua individualidade sexual?   

 

Entre em contato agora: escreva um e-mail para euclides@grupodecasais-busca-scsc.org 

 

Foto: autoria desconhecida

 

7 comentários

  1. A partir das premissas apresentadas no texto, seria interessante abrir um espaço para discutir as novas e fluídas sexualidades apresentadas na contemporaneidade.

    1. Estimada Maria de Fátima, olá! Obrigado pelo seu comentário!
      No post Níveis de Sexo, a Marina de Mazi colocou uma questão relacionada a esse tema. A questão colocada lá, bem como o nosso comentário a partir dela, talvez já puderam “abrir um espaço para discutir as novas e fluídas sexualidades apresentadas na contemporaneidade”.
      Buscamos lá, na nossa resposta, esclarecer os aspectos que consideramos mais relevantes, tendo em vista o nosso foco aqui no site e no Instituto: a busca interior.
      Mas o espaço continua aberto para se discutir. Você pode fazer novos comentários a partir daquele post, ou a partir deste atual post ou, ainda, a partir de qualquer outro post dessa parte do site, Sexo Transcendental.

  2. Tão elucidador e interessante! Temos tanto a aprender em tempos de maior expansão de consciência.. eu estaria interessada num curso a respeito. Uma vez eu li: “O sexo é a esperança do amor”; nunca mais esqueci essa frase.

    1. Olá, querida FM! Sobre ‘um curso a respeito’, já anotamos aqui o seu interesse, que estamos considerando até como uma sugestão! Quando a ideia tomar corpo, voltaremos ao assunto com você, ok? Outra coisa: adoramos a frase “O sexo é a esperança do amor”; não a conhecíamos. É ótima! E cai como uma luva no conteúdo do post O Sexo Como Caminho, no tópico intitulado Fazer amor. Obrigado e abraço!

  3. Gostei bastante do conteúdo, ainda mais pela forma aberta e direta com que trata o assunto. Só senti falta dos aspectos relacionados ao parceiro (ou parceiros) nesta primeira abordagem. Consigo entender que a busca da identidade sexual é individual, mas acredito que a pessoa que nos acompanha na jornada (seja por uma vez ou por décadas a fio) tem uma grande influência nessa busca.

    1. Caro H.A.B.S! Os “aspectos relacionados ao parceiro/a ou parceiros/as” estão amplamente discutidos no post O Sexo Como Caminho, no tópico O fator compatibilidade. Esperamos que o conteúdo lá atenda às suas indagações; mas permanecemos à disposição, caso queira retomar com outras questões sobre o tema. Grande abraço!

  4. A partir do momento que o prazer tornou-se permitido, diversas áreas como comércio, tecnologia, pesquisas e cultura exploram as possibilidades para garantir que esse seja o principal resultado. Transformaram o prazer como a principal meta e necessidade humana.

    O futuro tende à fragmentação do sexo. No caso, a separação entre prazer e natureza; excitação,desejo, relação e experiência.

    Texto bem esclarecedor, parabéns!

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